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sábado, 16 de fevereiro de 2013

POR MARCELO GURGEL - A FISIOLOGIA DO PINHEIRO X A BIOQUÍMICA DO RAMOS


Dr. Marcelo Gurgel - Médico e Membro da SOBRAMES-CE

A FISIOLOGIA DO PINHEIRO X A BIOQUÍMICA DO RAMOS
Publicado In: SOBRAMES – CEARÁ. Ressonâncias literárias. Fortaleza: Expressão, 2009. 224p. p.166.


Por volta de 1955, no Instituto Evandro Chagas da Faculdade de Medicina, da recém-inaugurada UFC, o Prof. João Ramos estava ministrando uma aula da sua cadeira de Bioquímica aos acadêmicos do segundo ano, quando foi interrompido pelo seu dileto amigo Prof. Aloísio Pinheiro, o catedrático de Fisiologia, que, pondo a cabeça junto à porta, saudou-o:

– Bom dia, Prof. João Ramos.

– Muito bom dia, Prof. Aloísio – secundou o colega, sinalizando para que o outro entrasse.

O Prof. Aloísio Pinheiro atendeu ao convite e direcionou à turma um sonoro:

– Bom dia, caros alunos.

– Bom dia, professor – responderam, em uníssono, os discentes.

O Prof. Aloísio, que costumava provocar o mestre João Ramos em reuniões reservadas, no tocante aos seus respectivos setores de estudo, quis tornar pública a “rivalidade” de conteúdo, dizendo:

– Professor João Ramos quando é que o senhor vai se convencer de que a Bioquímica que você leciona não passa de um capítulo da Fisiologia?

A resposta não se fez por esperar, com aquele que se tornaria um intrépido bombardeador de nuvens e abnegado fazedor de chuvas, o Prof. João Ramos, que de pronto, retrucou:

– Sim, já me convenci, é um capítulo da Fisiologia – e arrematou – aliás, o único.

O alunado caiu na gargalhada, enquanto o Prof. Aloísio Pinheiro bateu em retirada. Depois disso, os docentes continuaram grandes amigos e a rixa científica entre eles desapareceu.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva

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