Total de visualizações de página

segunda-feira, 4 de março de 2013

POR AIRTON FERRO MARINHO - LEITURA SEM CENSURA


Dr. Airton Ferro Marinho - Médico e membro da SOBRAMES-CE

                                                                           

  LEITURA SEM CENSURA

         O livro é, indubitavelmente, um objeto de grande entretenimento, com a “vantagem” de estar e ser acessível praticamente à qualquer idade e à qualquer pessoa. Os leitores podem procurar toda a sorte de assuntos, pois encontrarão em quase todas as livrarias: livros didáticos, policiais, de assassinatos, estupros, pornográficos, de roubos, de terror, técnicos, de abortos, homens-bombas, serial-killers, suicídios, crimes organizados, de guerras, de esportes, romances de amor, de paixão, de poesias, de aventuras, de ficção científica, religiosos, esotéricos, de autoajuda, de informática et cetera. Estes últimos são os mais vendidos e temos à mancheia.
         Muitas vezes, encontramos livros que dissertam sobre crimes gravíssimos, hediondos até, cujas leituras não seriam recomendadas para crianças e adolescentes. Não sei, com absoluta certeza, nem posso afirmar, se uma criança ou adolescente poderá sozinho (a) fazer a compra ou adquirir um destes de leitura mais pesada. Sei, no entanto, que as consultas e a leitura são realizadas em algumas livrarias e este ato solitário conquista realmente e fascina, criando hábitos e até obsessão.
         É comum encontrarmos gravuras eróticas, pornográficas, indecorosas, palavras de baixo calão, na linguagem escrita, a qual é mais contundente, uma vez que diz o provérbio latino: “Verba volant, scripta remant” ou seja “ as palavras voam, os escritos ficam”.
         Com os livros nos deleitamos, nos tranquilizamos, satisfazemos quase todos os desejos e curiosidades e, sobretudo, aprendemos algo, por mais medíocres que sejam eles, uma vez que o escritor leu pelo menos 2 vezes o que escreveu e, neles pôs toda uma filosofia de vida e deixou ali muito do seu conhecimento. Servem-nos também para aperfeiçoarmos e nos aprofundarmos em determinados assuntos. “A sede de conhecimento no homem é uma fonte inesgotável!”, disse, mais ou menos assim, o filósofo Aristóteles. Para muitos, a leitura é imprescindível e mandatória, pois no bom sentido, vira vício. Só que é um dos hábitos mais úteis e que menos prejuízo traz ou pode trazer. Neles encontramos, muitas vezes, iconografias, figuras, fotos, gravuras, que satisfazem a criança que existe em cada um de nós, talvez por relembrarmos nossa primeira cartilha ou nossos primeiros livros. Há alguns que nos despertam  o erotismo, que quando jovens, pode nos levar até ao orgasmo.
        No cinema temos as censuras: livre, para maiores de 10, 14, 16 e 18 anos, as quais normalmente são cumpridas. A TV tem também a sua censura, embora, quase não se cumpra, pois programadores não respeitam horário, geralmente, e está na dependência dos pais ou dos responsáveis pelos menores. Mas, no todo, é mais licenciosa. O teatro é mais respeitador e mais exigente, e sabemos nós adultos, que somos influenciáveis por cenas e enredos que nos podem fazer bem, como nos podem fazer mal. Ainda não vi, no entanto, advertências quanto aos livros expostos nas mais variadas livrarias; a leitura é praticamente livre.
           Devemos, pois advertir aos desconhecedores disto e escrevermos com atenção para respeitarmos o público, evitando palavrões, imoralidades e termos pornográficos que enfeiam a leitura com obscenidades, que muitas vezes se tornam vulgares, tentando contra a moral e os costumes e que influem muito naqueles que estão em formação da personalidade e do caráter e tiram a beleza da literatura e da arte da escrita. Algumas revistas advertem quanto à censura; já o livro ainda não. Ainda bem que as crianças e os jovens por intuição olham, folheiam e leem assuntos condizentes com a sua idade e interesse. Devemos, por conseguinte, escrever para os mais diversos grupos etários. Muitas das vezes, o título, a capa e as figuras já nos dizem alguma coisa. Devemos saber procurar o que queremos e o que visamos para a vida, dando uma olhadela nas orelhas do livro, sabermos quem é o autor, olharmos o rosto do livro e, se possível, olhar ou ler de relance algo do miolo, para nos conscientizarmos do seu conteúdo.
           Temos na História livros que influenciaram uma ou várias gerações, ora para o bem, ora para o mal, como por exemplo:”Os Sofrimentos de Werther”, de Göethe, que levou muitos jovens ao suicídio.
Sejamos amigos dos livros, mas, os saibamos escolher.É importante lembrar e enfatizar a frase de Monteiro Lobato: “Uma Nação se faz com homens e com livros!” E acrescentaria eu: principalmente com bons livros!” Vamos à leitura

3 comentários: