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quarta-feira, 13 de março de 2013

POR ROBERTO A. CARNEIRO - JOVEM SENTADO NA PRAÇA

Dr. Roberto A. Carneiro - Médico, Membro da SOBRAMES de Curitiba e da Academia Nacional de Medicina


....JOVEM SENTADO NA PRAÇA....(R.A.C.2013)

Voltando da minha caminhada,três vezes na semana.Caminhada vespertina por volta das 19 horas,pois no Verão em Curitiba,esta hora é quando começa o anoitecer.Minha caminhada,por assim dizer,é pequena pois meus joelhos não permitem exageros.Minha idade já é mais avançada e não posso abusar de grandes e maiores esforços.Meu tênis já me apertava um pouco nos dedos,principalmente nos meus joanetes. Voltava satisfeito de mais uma caminhada..Passos normais,pois acelerados nem pensar.Passo nas caminhadas por um calçamento mal posto e que pode determinar minha dores nos pés.Neste momento o percorrido  é sem nenhuma viv’alma.As vezes um macróbio,tambem, andante por mim cruzava.Automoveis e ônibus,assimcomo motos circulavam na avenida próxima.Passava sempre por um parque,vizinho de meu prédio de moradia ,cercado por uma grade de ferro baixa e exibindo arvores altaneiras e com alguns bancos ,toscos,poucos ,em madeira.As arvores tinham folhas nas copas como é comum no Verão.  Prestei atenção no parque que estava vazio e num banco quase no meio das arvores frondosas e altaneiras e contrastando com a relva rasteira e bem cortada,um vulto solitário,sentado num banco.Aproximando deste vulto, que se tornou mais nítido e ví que era um jovem,mais ou menos de uns 20 anos de idade,com calças jeans,moleton pesado e amarelado e com seus cabelos compridos e desalinhados.Fiquei curioso e adentrei no parque vazio e postei-me de frente ao banco habitado pelo jovem solitário. ”Alô”,disse num breve cumprimento.O rapaz ergueu os olhos para mim,olhos que me pareceram vagos e tristes e respondeu :”Alô”.Cheguei  mais perto e perguntei demonstando minha curiosidade;”O que está fazendo a estas hora,sentado num parque deserto e num banco de madeira? Perguntei o obvio.O rapaz respondeu :”Não sei”.Perguntei de novo:”Está esperando alguem ?Mas primeiro diga seu nome”.O rapaz colocou de lado uma pequena cuia(ví que era de  chimarrão,mas achei que não havia água quente para  fazer e sorver este chimarrão).O jovem relutantemente respondeu:”Estou aqui esperando alguém,minha namorada”.De novo perguntei:”Qual é o seu nome e de onde és?”.O rapaz com voz melacólica,sorveu om pouco de seu chimarrão e educadamente respondeu:”Sou do Rio Grande do Sul ,pode me chamar  de  Fred e aguardo aqui sentado neste parque minha querida namorada, que faz Curso de Letras comigo na Faculdade de Santa Maria”.Pensei e retruquei:”Não crês que é um pouco insólito a estas horas estar esperando?”.Silencio partiu do jovem.Demorou um pouco e respondeu-me:”Ela virá encontar comigo tenho certeza para nós irmos”.Perguntei:!”Ir para onde,pois estais num parque de Curitiba,espero, longe de sua cidade gaúcha.”O rapaz com voz embargada respondeu a minha pergunta.!”Não sei ao certo,mas vamos para algum lugar junto com amigos e colegas de faculdade,não sei ainda para onde.” Perguntei se precisava de alguma cousa e ele disse:”Espero o meu futuro”.Deixei o rapaz com seus pensamentos e fui com os meus .O parque continuava vazio e havia uma aureola de tristeza profunda e solidaria pairando sobre este jovem gaúcho.
 A tristeza emanando de todos os cantos do parque.Apressei os meus passos e pensativo fui até o meu vizinho prédio ,em que morava.Pensamentos passaram pela minha cabeça.Entrei no meu qpartamento do quarto andar e corri para minha ampla janela para olhar o parque.Num banco no meio deste ,no meio de um nada pesado,estava o rapaz agora acompanhado de uma moçoila mais ou menos de sua idade e abraçados ficavam.Fui até meu quarto,tomei em seguida um banho,mergulhado em pensamentos e dúvidas sobre este meu encontro e voltei minutos depois ,novamente para vislumbrar o parque e o banco que o casal jovem estava sentado.Para meu espanto  o banco lá estava,mas os jovens não.No lugar em que estiveram sentados havia um anel de luz de branco vívido e  azuladacor,forte e penetrante.Fiquei meio atordoado e parece que dentro da minha cabeça,como se fosse uma renitente resposta que ouví ,uma voz calma e cheia de amor, que dizia”:São meus filhos e vim para buscá-los ,não esqueça de orar por eles...”

Homenagem aos jovens de Santa Maria....Roberto A.Carneiro 2013

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