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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

POR PEDRO HENRIQUE SARAIVA LEÃO - LITERAPIA

Dr. Pedro Henrique Saraiva Leão - Médico, Secretário Geral da Academia Cearense de Letras e Ex-Presidente da SOBRAMES-CE

                                    LITERAPIA

Publicado no Jornal "O POVO", Opinião, 27/02/2013.

 

É um neologismo (palavra nova) cunhado por mim em 1996. Significa terapêutica, terapia, tratamento pela literatura. Cura ou alivia, como a fisioterapia, embora exercitando não a musculatura, mas o intelecto, a cortiça cerebral. Método indolor, agradável, sua aplicação exige apenas um livro e um leitor.
Àquela data foi título de uma das antologias da Sobrames-CE (Sociedade Brasileira de Médicos Escritores), a seguir de sua revista, tornando-se, há 3 números, “uma revista de escritores cearenses”.
Atenta à importância da leitura, a Unimed Fortaleza já promoveu dois concorridos cursos de Literatura para Médicos: UnimedLits, 8/2011 e 8/2012. Brevemente estará funcionando na sua sede a Blume – Biblioteca Unimed de Médicos Escritores. Denominada “Biblioteca Airton Monte”, colega médico/escritor há pouco falecido, e um dos três mais recentes festejados cronistas de Fortaleza.
Michel Eyquem de Montaigne (1533–1592) – criador do gênero ensaio em literatura, afirmou ser o livro a melhor provisão (...) para esta humana viagem. Mesmo para as viagens menores, aí estão as gares (estações ferroviárias), os embarcadouros e os aeroportos abrigam livrarias, onde os passageiros encontram os melhores acompanhantes, os livros.
O carioca Mariano Pereira da Fonseca (1773-1848), Marquês de Maricá, quase médico, famoso por suas máximas, e talvez o primeiro moralista do Brasil, assegurava ser a companhia dos livros mais vantajosa do que a dos homens. Para o poeta gaúcho Mario Quintana, lendo estamos a sós, embora acompanhados.
Segundo Thomas Carlyle (1795-1881), historiador e ensaísta escocês, “a verdadeira universidade (...) é uma coleção de livros”.
Ler é a melhor distração, superior ao baralho, à TV, aos vídeos, até ao sexo, pois o livro está sempre disponível, nunca tem enxaqueca. Nasci ente livros, e estantes compunham várias das paredes da minha casa. Além da costumaz (contumaz, habitual) leitura, mais até aprecio reler, e a cada três anos revisito Machado de Assis e Eça de Queiroz. Carece reler os fundadores da Literatura ocidental: Homero, Dante, Shakespeare, Cervantes. Várias vezes voltei ao “Brave New World”, de Aldous Huxley (1932), à “of Humam Bondage” (“Servidão Humana”) do médico/ecritor inglês Somerset Maugham, “Le Petit Prince”, e tantoutros quetais.
Nosso Rui d’Hã, Enoch Villalobos, Nero de Tal (entre inúmeros pseudônimos) José Bento Monteiro Lobato (1882-1948) sustentava que um país se faz com homens e com livros.
É triste constatar que Fortaleza ostenta o 3º menor índice de leitura no Brasil. (“O POVO”, 25/1; 6, 7, 8/2/2013). Há muito, no nosso colégio marista um colega, amigo – hoje empresário, riquíssimo – confessou-me nunca ter lido um livro!
Curiosamente, aquele mesmo inglês Huxley afirmava: “ignorance is insensible bliss” (felicidade).
Preferimos ser menos ditosos (felizes), mas ruminar o fértil alimento que nos fornecem os livros. Antes da sua destruição pelo fogo, a umidade, os cupins, e as viúvas.

POR WILLIAM HARRIS - INSTANTES

Dr. William Moffitt Harris - Médico e Membro da SOBRAMES-CE


INSTANTES
ou      Se eu pudesse viver novamente a minha vida...

NADINE STAIR

(EUA, 1902 – 1988)

Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros.

Não tentaria ser tão perfeita. Relaxaria mais.

Seria ainda mais tola do que tenho sido; na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.

Seria menos higiênica.

Correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios.

Iria a mais lugares aonde nunca fui, tomaria mais sorvete e comeria menos lentilha, teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.

Eu fui uma dessas pessoas que viveram sensata e produtivamente cada minuto de sua vida; claro que tive momentos de alegria.

Mas, se pudesse voltar a viver, trataria de ter somente bons momentos.

Porque, se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos. Não a perca agora.

Eu era uma dessas pessoas que nunca ia à parte alguma sem um termômetro, uma bolsa de água quente, um guarda-chuvas e um paraquedas; se voltasse a viver, viajaria mais leve.

Se eu pudesse voltar a viver, começaria a andar descalça no começo da primavera e continuaria assim até o fim do outono.

Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças, se tivesse outra vez uma vida pela frente.

Mas, já viram, tenho 85 anos e sei que estou morrendo...

Nota: Tendo em vista que esta versão de Instantes fosse erroneamente atribuída a Jorge Luis Borges, poeta argentino, e sua autoria retificada para Nadine Stair pelo ex-acadêmico Moacyr Scliar (RIP) da ABL, fiz as necessárias mudanças a fim de haver concordância gramatical com relação às palavras perfeito (2º período), tolo (3º período), higiênico (4º período) e descalço (11º período). WMH
 

WILLIAM MOFFITT HARRIS

SOBRAMES – SP, 15/07/2004 – 168a Pizza Literária (no Bonde Paulista)


Sugiro a leitura, para melhores informações, da crônica de minha autoria, sob o título “Alguns esclarecimentos sobre INSTANTES e mais um pouco sobre Jorge Luis Borges (1899-1986)”, publicada no BLOG da SOBRAMES-CE de fevereiro de 2013. O leitor terá, assim, uma visão adequada da polêmica existente em torno do texto acima, identificado por muitos como de autoria de Jorge Luis Borges. Vale à pena examinar a pesquisa por mim realizada com o intuito de dirimir dúvidas a respeito do tema. (WMH)

domingo, 24 de fevereiro de 2013

POR FRANCISCO JOSÉ PESSOA - LAMENTO DA SERRA

Dr. Francisco José Pessoa - Médico e Membro da SOBRAMES-CE


LAMENTO DA SERRA



Eu sou a SERRA  mãe das aroeiras

Você que passa e nem sequer me vê

Se delicia com a cor do ipê

E com o cheiro vindo de ingazeiras

Com o balançar alegre das palmeiras

Com o chão molhado que me faz mais terra

Foi nosso Deus quem fez e Ele não erra

Um campo vasto de belas gardênias

De cedro angicos Senhor,  peço vênias

Ensine o homem replantar a SERRA.



Vê-se a queimada fogo desumano,

Matando o solo me tornando infértil

Que seja ela o último projétil

Que com furor me atinge todo ano

E vem a chuva pro meu desengano

Pois depois dela vem a construção

De moradia nobre em profusão

Que na justiça faz seus desafio

Enquanto no meu leito os velhos rios

Mudam tristonhos sua direção.



Eu sou a SERRA, outrora verdejante

Que me adornava com pés de café

Nas serranias de Baturité

Foi num passado tempo  não distante

Que meu pedido ecoe retumbante

Cada serrano não se faça omisso

Que todos tenham como compromisso

Salvaguardar meus animais a flora

A cachoeira que sem água chora

A lenta morte deste meu Maciço.


sábado, 23 de fevereiro de 2013

POR AIRTON FERRO - MINHA PAIXÃO

Dr. Airton Ferro - Médico e Membro da SOBRAMES-CE
MINHA PAIXÃ
 
Brota em minh'alma sentimento puro,
Como da fonte a água cristalina;
Tua beleza é algo que fascina,
Amo-te agora e por todo o futuro.

Queria ser teu sonho, amante, cantor,
Teu raio de sol, tua música dileta,
Seresteiro, príncipe e gran poeta
Para, entre todos, só falar de amor.

Queria cantar-te em bela melodia
Tua mais linda e lírica canção,
Queria que me dissesses todo dia

Que serás minha única paixão,
Que estamos em plena harmonia
E serás minha eterna inspiração.
                                               Airton Ferro Marinho 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

POR CELINA CÔRTE - PREMIAÇÃO DO DR. RAYMUNDO SILVEIRA

Prezados Sobramistas,

A SOBRAMES-CE orgulha-se em comunicar a todos que um dos nossos membros, Dr. Raymundo Nonato Albuquerque Silveira, foi premiado com seu conto “O PASSAGEIRO", como destaque,  na Antologia de Contos do Ideal Clube.  A solenidade de outorga da premiação aconteceu no Salão Nobre do Ideal Clube, na noite do dia 21/02/2013.
Ao prezado colega Silveira, nossos sinceros parabéns!
Celina Côrte Pinheiro
Presidente da SOBRAMES-CE

SOBRAMISTA RAYMUNDO NONATO ALBUQUERQUE SILVEIRA, DESTAQUE NA ANTOLOGIA DE CONTOS DO IDEAL CLUBE

POR CELINA CÔRTE - SE




Dra. Celina Côrte - Médica e Presidente da SOBRAMES-CE


       SE


   Ando porejando poemas

   Ah, se eu fosse poeta...

                                             Celina Côrte