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quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

POR: SERGIO MACEDO - ALMA / tempo em atraso

 
ALMA/ tempo em atraso

Ela não me disse nada,
silêncio de sepulcros,
alma aprisionada ao universo.
E eu só queria que ela voltasse um pouco,
se sentasse em um cadeira de balanço,
nesse vento gostoso da manhã, conversasse comigo,
mas ela não suportou e foi embora, deixando-me órfão de emoções.
Sua cadeira de balanço, que nunca uso, vazia, tem nome de tédio.
O vento de todo o dia,
Vazia, balança a cadeira,
Como se alentasse meu ser
Em sua ausência.
Em seu lugar, também
Seria refém do universo,
Tirana prisão,
Largaria de mão quem não percebe
A luta ou não a quer
Deixaria de lado o centurião fugidio
Mataria todos os deuses do depois,
Do depois sem solução,
Do depois, inevitavelmente dos soluços.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

POR: MARCELO GURGEL - ANTERO COELHO NETO : uma perda muito sentida


ANTERO COELHO NETO: uma perda muito sentida
Antero Coelho Neto nasceu em Fortaleza em 11/06/1931.
Graduou-se em Medicina em 1957, pela Universidade Federal do Ceará (UFC), como o melhor aluno da turma.
Foi Residente em Cirurgia da Casa de Saúde São Miguel, no Rio, em 1958. Em 1961, obteve a Livre-Docência em Cirurgia na Faculdade de Medicina da UFC.
Foi Research Fellow in Surgery do Massachusetts General Hospital, e do Albert Einstein Medical Center, nos EUA.
Admitido no corpo docente da Faculdade de Medicina da UFC, em 1959, aposentou-se em 1992, como Professor-Adjunto IV, tendo exercido diferentes e relevantes atribuições acadêmicas.
Licenciou-se da UFC, de 1967 a 1972, para assumir o cargo de professor da Universidade de Brasília, ao nível de Titular, retornando à Fortaleza, para implantar a Universidade de Fortaleza, da qual foi Reitor, de 1973 a 1979.
Como expert na temática “Qualidade de Vida e Longevidade”, era amiúde solicitado a participar, como expositor, em cursos de especialização. Ministrou mais de uma centena de cursos em diferentes países.
A sua produção impressa de artigos e livros o posicionava entre os principais polígrafos do Ceará. Como polímata, foi responsável por cerca de quatrocentas conferências, palestras e trabalhos apresentados em congressos, seminários, workshops.
A experiência internacional, auferida como Consultor da Fundação Kelloggs, contribuiu para que viesse a ser contratado pela OMS/OPAS, organismos integrantes da ONU.
Do seu currículo, com cerca de dois mil títulos, identifica-se um excepcional elenco de consultorias e elaboração de projetos em Saúde, Educação, Recursos Humanos, Desenvolvimento Institucional, Planejamento e Qualidade de Vida.
De regresso à Fortaleza, já aposentado da OMS/OPAS, focalizou o seu empenho investigativo no campo da Qualidade de Vida, com especial referência à longevidade e à saúde do idoso.
Nas últimas três décadas, ele deu guarida à figura do educador comunitário e do homem da comunicação, engajado no esforço de propiciar ações educativas, com vistas à melhoria da qualidade de vida e de uma vida saudável às pessoas. Nesse aspecto, foi articulista regular de O Povo, produzindo artigos de opinião de intangível valor social.
Presidiu a Academia Cearense de Medicina e pertencia à Sobrames/CE, sendo um aclamado vate.
Sua partida deste mundo menor, ocorrida ontem (18/01/16), deixa uma lacuna imensa no Ceará, que perde um dos seus mais talentosos cidadãos.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da Academia Cearense de Medicina e da

Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – Regional Ceará

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

SOBRAMES-CE DE LUTO - FALECEU O SOBRAMISTA ANTERO COELHO NETO

Dr. Antero Coelho Neto

Fonte: Jornal "O POVO" 18/01/2016
O médico cearense, professor universitário, articulista do O POVO, escritor e criador do programa de rádio "Novas Dimensões", Antero Coelho Netomorreu, aos 84 anos, na madrugada desta segunda-feira, 18, em Fortaleza. Doutor Antero estava internado por conta de uma fratura no colo do fêmur, mas teve uma infecção generalizada, agravada após Acidente Vascular Cerebral (AVC). A missa de corpo presente será realizado às 14 horas, no Jardim Metropolitano, e o sepultamento está programado para às 15 horas. 

Segundo o médico sanitarista Marcelo Gurgel, Antero deixa um legado intelectual, científico e educacional para a Medicina cearense. "Era um dos médicos mais influentes do Ceará, com projeção internacional. Era um exemplo para o Brasil. Foi o pioneiro nos estudos de transplante renal e diziam que era um dos melhores alunos na época da faculdade. Participou como consultor da criação do curso de Medicina da Uece, além de ter tido um papel importante no início do SUS" ", lamentou o amigo. 

"Era uma pessoa de ótima convivência e um excelente colaborador da Rádio Universitária. Ele fez um trabalho muito importante na dimensão educativa do rádio. O Novas Dimensões tinha esse caráter de educar para a saúde, um programa muito criativo e bem dialogado, aberto ao relacionamento com o público, sempre discutindo temas importantes para a saúde da população", explicou o diretor da Rádio Universitária FM, Nonato Lima. 

Doutor Antero criou e passou a apresentar o ''Novas dimensões'' na Rádio AM do POVO, na década de 90. Após 370 edições na emissora, o programa foi levado à Universitária FM com o nome "Novas Idades", que estimulava uma vida ativa, criativa e saudável para pessoas idosas. Depois de 370 outras edições, o programa voltou a se chamar "Novas Dimensões", misturando informações e debates sobre Medicina, Enfermagem, Fisioterapia, Odontologia e Farmácia com foco em todas as faixas etárias e tipos de público.

Segundo Nonato, mesmo com a ampliação do programa para outras áreas de saúde, Antero continuava sendo colaborador assíduo da rádio. "Ele não participava mais todo sábado por conta da saúde debilitada, mas foram anos fazendo ao vivo, em cada sábado do ano", relembra.

Saúde debilitada
De acordo com Marcelo, doutor Antero foi internado no hospital São Raimundo há 45 dias, pois apresentava sinais de desorientação. Ele se recuperou e voltou para casa, mas fraturou o colo do fêmur, sendo internado no hospital São Carlos, cerca de 10 dias atrás.

"Não foi operado porque teve uma pneumonia e, depois, veio o quadro de septicemia [infecção generalizada] que foi se agravando. Ele estava sendo tratado com antibióticos, mas teve um AVC e uma piora no quadro de saúde", relatou ao O POVO Online.

"É importante amar, amar e amar" 
Antero foi entrevistado nas Páginas Azuis do O POVO, em março de 2007, quando falou sobre a relação entre qualidade de vida e longevidade. Médico-poeta, ele dizia que a família e o poder público não estavam preparados para lidar com a quantidade de pessoas idosas que vem crescendo no País. 

"A mulher é mais responsável com seu corpo, tem mais religiosidade, a sexualidade da mulher é objetivando o amor. O homem tem de mudar. Por isso, eu brinco dizendo que cada vez mais exercito meu lado feminino", contou. 

"Há um provérbio popular muito antigo que diz: mudar é difícil, é preciso um grande amor ou uma grande dor. Como por exemplo, 80% dos que sofrem infarto do miocárdio deixam de fumar depois da dor do infarto", explicou na entrevista.
Quando perguntado sobre qual mensagem o poeta deixaria para as pessoas sobre a qualidade de vida, ele  foi categórico: "amar". ''O poeta diria que para ter uma boa qualidade de vida é importante amar, amar e amar. E quando estiver cansado de amar, amar mais. Não estou falando de amor ao sexo oposto, mas o amor às pessoas, à sua vida, ao meio ambiente em que você está. Amar as coisas que você faz. É esse amor que lhe dá a vida", completou.
Carreira 
Antero Coelho Neto nasceu em 11 de junho de 1931, era formado em Medicina pela Universidade Federal do Ceará (UFC) na turma de 1957 e tinha especialização em cirurgia geral, com pós-doutorado na Universidade de Harvard, em Boston (Estados Unidos). 

Ele foi diretor do Instituto para a Qualidade de Vida desde 1993, onde prestava consultoria a empresas, universidades e ministrava cursos. Foi representante da Organização Pan-Americana da Saúde na Colômbia e Venezuela, professor da Faculdade de Medicina da UFC, Reitor da Universidade de Fortaleza (Unifor), vice-diretor da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília.

Como poeta, teve mais de 43 artigos publicados em revistas especializadas no Brasil, América - Latina e Estados Unidos, além dos livros "A Cidade Azul", "Vida Longa com Qualidade II" e a trilogia "Palavras que Valeram a Pena". 

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

POR: WILLIAM MOFFITT HARRIS - MEU CARO LOURINHO

MEU CARO LOURINHO



MEU CARO LOURINHO



William Moffitt Harris
Pediatra Sanitarista de Campinas-SP
Membro Titular da Sobrames-CE

MEU CARO LOURINHO

Hoje estou tristonho. Meditava sobre o encontro de alguns dias atrás com um conhecido quando fomos festejar a entrada do Ano Novo na casa de uma das filhas. Fazia anos que não nos víamos. Relembramos o episódio em que ele salvou a vida daquele que se tornaria nosso fiel amigo e companheiro por quase duas décadas. Pegara uma escada e com um pano de chão resgatou o papagaio (Amazona aestiva, família Psittacidae) enquanto enxotava a molecada que apedrejava e atirava pedaços de pau para acertá-lo, por pura maldade pueril. Ele sabia que gostávamos muito de animais e logo nos trouxe o lourinho que aparentemente já havia anteriormente habitado a casa de alguma família, pois não se assustou com a gente e piava. Afeiçoou-se logo pela Ana Lúcia, nossa filha mais velha, que o deitava de costas em seu colo e lhe coçava a barriga coisa que eu não conseguia fazer. Era uma ave muito bonita e imponente quando nos fitava. Acima do bico tinha uma pequena mancha azulada fazendo divisa com outra amarelada entre os olhos. Nos “ombros” havia pequenas manchas avermelhadas.
Não possuíamos gaiola e a Maria Lúcia se recusava a prendê-lo num espaço reduzido. Já tínhamos no fundo do quintal um viveiro com duas maritacas (Pionis maximiliani) cujo proprietário anterior havia nos solicitado cuidar enquanto viajava para a Europa por três meses. Era um casalzinho simpático e bem comportado, embora barulhento, principalmente no fim da tarde quando um bando de sua espécie sobrevoava nossa casa e atacava o topo das árvores frutíferas por uma meia hora. O instinto selvagem o chamava para se unir ao bando. Dois anos depois vieram buscá-lo, mas as maritacas já haviam ido embora, pois com a algazarra dos cachorros, o viveiro tombou e o telhado abriu.
Estava já escurecendo e o soltamos na sala de jantar tomando o cuidado de fechar janelas e portas. Encharcamos um pedacinho de pão com café numa tigelinha que largamos em cima de um etajér. Não fez cerimônia e logo foi jantar.
Deixamos uma lâmpada acesa e fomos dormir.
Voava de ca pra lá e de lá pra cá parando nas arandelas para descansar, deixando ali e acolá seus dejetos esporádicos, acertando de quando em vez a mesa de jantar enquanto tomávamos nossas refeições. Coloquei uma tela na janela grande que dava para o corredor lateral da casa e fui a uma loja especializada em animais para comprar um poleiro apropriado, mas cujo pau tive logo de trocar por um pedaço de cabo de enxada feito de madeira bem mais dura e amarga. Afiava o bico, no suporte de madeira de pinho até desgastar as pontas com a inevitável queda que o assustara bastante algumas semanas depois.
Após alguns dias notamos que as lâmpadas das arandelas, que continham meia dúzia cada, estavam misteriosamente se apagando e num exame mais minucioso verificamos que o lourinho roía a fiação. Subi no forro e soltei os ferros que prendiam as arandelas baixando-as pelos fios elétricos até sentir que estavam no chão da sala. Levei horas, sentado no chão, para trocar todos os fios, desde os soquetes até todo o percurso pela corrente que descia do teto até as arandelas. Havia comprado dez metros de fio coberto com uma grossa capa de borracha preta que me deu trabalho para descascar. Tomamos o cuidado de esmagar alguns “dedos de moça”, a pimenta mais ardida que conhecíamos por estas paragens e esfregamos a papa por toda a fiação. O lourinho, trepado numa cadeira cujo assento estava protegido com um plástico, me olhava com curiosidade, piando o tempo todo. Uma vez tudo restabelecido e o chão varrido, coloquei o louro numa das arandelas.
Foi a conta! Neófitos em termos de papagaios, dando apenas frutas e sementes de girassol para as maritacas, não tínhamos a menor ideia do que estava para acontecer. O bicho atacou de vez a fiação, roendo a borracha impregnada com a pimenta, saboreando e grunhindo de satisfação. Surpreendido, apanhei uma pimenta ainda inteira e a ofereci ao louro. Agarrou-a com vigor e comeu quase tudo na hora!
Decidimos terminar logo as instalações planejadas lá fora e mesmo na chuva esticamos o arame cujo rolo havia também comprado com o poleiro. A base seria o poleiro dependurado num gancho na área de entrada principal da casa. Achávamos que esta deveria ser a forma dele poder se abrigar da chuva. Outro erro! Adorava ficar na chuva, esticando e molhando suas azas, assobiando e se chacoalhando. Mesmo assim eu, ou quem estivesse aqui em casa, o recolhia quando houvesse um temporal com raios. Devido à presença de uma subestação de força do outro lado de nossa rua, somos brindados ocasionalmente com um número enorme de raios e trovões.
Da base saiu um arame que ia de encontro a outro principal que atravessava longitudinalmente nosso gramado ao qual, em ângulo reto, vinha de encontro um terceiro que ficava paralelo com o terraço / garagem. Viveu felicíssimo conosco por mais de quinze anos, manifestando sua adoração por determinados tipos de música que eu colocava na vitrola ou na TV. Dançava e assobiava, acompanhando o ritmo. Impôs logo respeito à matilha que tínhamos aqui em casa que, então, não mais o amolava. Um dos filhotes levou uma bela bicada na ponta do focinho e saiu gritando de dor. Subia e descia das árvores e se escondia na folhagem mais densa das pitangueiras, uvaias, azevinho (Ilex aquifolium), limoeiros, do manacá-de-jardim (Brunfelsia calycina floribunda), quando percebia algum gavião-peneira nos sobrevoando em busca de presas fáceis. O que ele não sabia é que a mancha amarelada que lhe atravessava a testa entre os olhos poderia muito bem traí-lo ao mexer a cabeça para mirar o gavião.
De noitinha o chamava e apanhava-o com minha bengala. Gostava do meu jeito de colocá-lo no poleiro e levá-lo para dentro. Não achávamos prudente deixá-lo no escuro lá fora. Numa mesa reservado para ele, ficava um prato de latão de aproximadamente um metro de diâmetro com bordas elevadas de dois centímetros de altura. Havia despencado com uma forte ventania do tambor do nosso aquecedor solar. Retirávamos a plataforma do seu poleiro para lavar enquanto, avidamente, ia comendo sua ração e bebendo água. Insistia em mostrar para a gente como fazia ao mergulhar parte da ração na água. Muito raramente descia do seu poleiro para olhar de perto o que a Maria Lúcia estava bordando ou tricoteando. Uma vez catou a bola de lã e se enroscou tal qual fazem os gatos de estimação.
Num dos arames coloquei uma balancinha que ele demorou para aceitar, mais a tratando como uma intrusa. Com o tempo se equilibrava e batendo as asas rodopiava em torno do arame e cantarolava em sua própria linguagem, principalmente ao som de marchas que tocava para ele ou com o violino ou com a vitrola.
Adorava a hora do banho quando o tempo estava bom. A cada três ou quatro semanas podávamos a ponta de quatro ou cinco penas de uma das asas, eu o distraindo e o segurando e minha irmã Audrey ou a Maria Lúcia com todo o cuidado esticando a asa e efetuando a poda, num vap-vupt. O mais difícil era lhe cortar as unhas, principalmente o ”polegar” anômalo que lhe machucava e que não conseguia afiar no poleiro.
As maritacas pareciam gozar o louro durante a farra do banho que se realizava sob a torneira do jardim no quintal atrás de casa. Os cães, curiosos e atraídos pela barulheira a gente espantava com uma esguichada da torneira. Algumas vezes o lourinho  atravessava o portãozinho que dava para a horta onde mantínhamos o viveiro e ia brigar com as maritacas. Uma vez subimos rapidamente para ver o que estava acontecendo tamanha a gritaria das maritacas. Viram uma pedra andando debaixo do viveiro e, encostando numa de suas quatro pernas, balançando o conjunto. A Lolozinha, a nossa jaboti matriarca, estava catando restos alimentares caídos no gramado, além de nos livrar de caracóis, centopeias e tatuzinhos.
Bobeamos um pouco com a poda de sua asa que o impedia de voar a baixa altitude, mas a uma distância de apenas cinco ou seis metros. Em determinadas épocas do ano as penas se soltavam para dar lugar a outras mais novinhas e mais tênues. Ele mesmo as arrancava e eu preocupado, no começo, imaginando que fosse por alguma deficiência alimentar. Nosso veterinário, ao ser consultado por telefone, me assegurou da normalidade da ocorrência.
Um dia nosso vizinho, médico psicanalista, veio me avisar que o lourinho estava trepado em seu telhado desde cedo. Estava chovendo e não havia ninguém em casa. Eu tinha ido trabalhar em São Paulo e não me lembro porque nem nossa empregada, nem a Maria Lúcia estavam lá. Encostei nossa escada de pintor no muro e, levantando o poleiro para que o visse, chamei o lourinho. Hesitou uns cinco minutos, mas acabou voando para o poleiro, aparentemente com uma fome danada.
Anos depois nosso lourinho sumiu. Tivemos de nos conformar supondo que finalmente um gavião havia o pego num vôo rasante de quase duzentos quilômetros por hora. Por vários dias seguidos chamamos o lourinho em diferentes momentos do dia. Maria Lúcia ficou até rouca de tanto gritar alto, torcendo para ser ouvida.
Passado a tempestade emocional, de tanto que amávamos nosso bichinho, nossa empregada que hoje está conosco há quase trinta anos, veio nos contar, após um ano, que, na verdade, o lourinho segurando-se nos ramos da hera figueira (Ficus punila, unha-de-gato), galgou nosso muro e saltou no meio dos dois cães policiais que lá se encontravam, soltos no quintal do vizinho. Rasgaram-no em pedacinhos, em meio a pavorosos gritos de dor. Confiava nos canídeos devido a sua vivência aqui em casa.


POR: SEBASTIÃO DIÓGENES - O ENCANTO DE BONASORTE

Dr. Sebastião Diógenes - Médico e Tesoureiro da Sobrames-CE
O encanto de Bonasorte

 Na época que namoravam não havia as precocidades de hoje, e foi na noite de núpcias que os sexos se conheceram na gostosa intimidade de pele e mucosa.
            - Se eu morresse agora, morreria sem queixa! – disse Bonasorte, com a convicção do homem satisfeito.
A mulher ficou surpresa e aflita com essa manifestação verbal do comedido marido, que se lhe tornaria a marca registrada da idealização conjugal.
- Se eu morresse agora, morreria sem queixa! – repetia sempre, dessa maneira, a mesma frase após o ato sexual.
            A mulher ficava transtornada, não se conformava com a vulgaridade do marido. Argumentava-lhe com a hipótese do pecado, que era uma blasfêmia, que o bom cristão não deveria proceder assim, e que havia coisas mais importantes na vida que o efêmero orgasmo.  “Aí mente”, dizia Bonasorte, cinicamente, consigo mesmo. Todavia, com o passar do tempo, a compreensiva mulher foi se acostumando com a proclamação do êxtase do comedido marido, e por fim, ficava feliz em fazer parte do que já considerava uma simples brincadeira.
            Para o encerramento das comemorações do quadragésimo aniversário de casamento, o apaixonado Bonasorte contava com as oferendas da cama. Passara uma semana se resguardando pra não falhar na data. O diabo é que falhou, e lhe feriu de morte o orgulho masculino. “Passar vergonha em casa, não justifica suicídio”, racionalizava com tanta amargura, enquanto a mulher, por sua vez, imaginava o que ele iria dizer desta feita.
            - Se eu morresse agora, morreria com queixa! – disse com a melancolia do homem derrotado no tálamo.
            - Não fique triste, meu velho! - falou a esposa, já com o telefone à mão, ligando para a farmácia. – Mande aquele comprimido azulzinho, o mais forte – solicitou a encomenda com prescrição de urgência, porque não suportava ver o amor da sua vida infeliz.
            Bonasorte tomou o comprimido azulzinho, o mais forte, e meia hora depois figurava na cama feito o noivo da lua de mel de há quarenta anos. Ficou surpreso e encantado com os poderes da pílula, e dessa forma a operação foi realizada com sucesso. No entanto, logo após a função do órgão, o protagonista rolou o corpo com dificuldades para o lado esquerdo da mulher, foi ficando cada vez mais pálido e os ânimos desfaleceram.
            - Já vai Bona?! – perguntou a fiel companheira, com serenidade e resignação.
- Sem queixa!
                                                                  Sebastião Diógenes.

                                                                     13 de janeiro de 2016.  

POR: SERGIO MACEDO - LAGOA DA SERVIDÃO

Dr. Sergio Macedo - Médico e Membro da Sobrames-CE
LAGOA DA SERVIDÃO

Partindo da Lagoa dos Contritos,
Você passa minha mão
Suavemente em sua face,
Mas só sinto pedras.

Não entendo e olho nos seus olhos
Só vejo braseiros infernais,
Luz doentia sem perdão.

Meu desencanto permanece
Na beira da Lagoa dos Contritos
Enquanto o sol me queima demais,
Também.
As sombras são voláteis como o vôo dos pássaros, insetos, abelhas.

Olho-me no espelho e o que vejo
Senão um monte de pedras,
E meus olhos, o que agora são?
Parecidos demais
Com fogueiras esquecidas,
Monte de cinzas?

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

POR : FLÁVIO LEITÃO - A VENTURA DE GAMALIELZINHO


Dr. Flávio Leitão - Médico e Membro da Sobrames-CE
A VENTURA DE GAMALIELZINHO

Os Martins do Monte tinham sua origem, como a maioria dos que habitavam aquele requintado bairro, no velho Portugal. E se isso, por um lado, dava-lhes certa superioridade e permitia-lhes uma posição sobranceira, por outro lado, deixava-os meio inibidos. Não se aventuravam muito a perquirir origens. Quem sabe tivessem sido seus ancestrais ‘degredados filhos de Eva’, que o Senhor Rei banira num ato de colérica majestade?
De qualquer modo, ou por pura sorte ou por real mérito, a família toda era respeitada, e não havia desvelada mãe que não tentasse o acasalamento de suas filhas com um dos inúmeros varões dos Martins do Monte. 
A matriarca tinha estranho nome que o pai, rico latifundiário, na paucidade dos seus conhecimentos, lhe dera: Rimada. Chamavam-na, na intimidade, carinhosamente, Da. Rima. Dourava-se, assim, o esdrúxulo nome. O apodo rimava com o lindo rosto, onde expressivos negros olhos separavam um gracioso e arrebitado nariz, a tez morena como se fora misteriosa moura, o todo de mulher que sabe impor sua vontade pela sabedoria e pela coragem: uma senhora! Habitavam um casarão totalmente rodeado por trabalhadas colunas romanas de puro mármore, que o avô trouxera diretamente da Itália e que sustentavam um largo alpendre, onde a meninada toda fazia suas estripulias, sem chegar a quebrar, com indesejável frequência, ricos biscuits.
Para maior pomposidade da casa dos Martins do Monte, o engenheiro a construíra elevando-a do chão, de modo a deixá-la mais alta que todas as outras residências da redondeza, encimada que estava sobre um porão. Destinava-se o mesmo à guarda da desusada parafernália da família e era admitido pelas crianças da região como mal-assombrado.
Dizia-se, em rodas noturnas, de pura charla da meninada, que furtivos vultos de escravos negros, os dorsos nus e reluzentes de suor, passavam esgueirando-se pelas entradas de luz do porão, guardadas por pequenas barras de ferro trabalhado. Não havia por ali menino que não se tivesse quedado diante daquelas entradas, os olhos hipnotizados, à procura de desvendar os mistérios que dela se contavam. Havia até quem jurasse ter ouvido pungidos ais dessas pobres criaturas, após estalidos como o de chicote ferindo rija carne.
Nunca se soube até hoje se verdade ou não! Também nenhum dos meninos se aventurara a adentrar tão soturno porão.
Julho era o mês de férias, e Da. Rima, com a costumeira paciência, fizera as malas da família e partira para a indefectível temporada no sítio da serra. Nada mais merecido prêmio que essa viagem para coroar a labuta diária do Dr. Manoel Augusto, que sofria de sol a sol, nos foros da cidade, em homéricas contendas jurídicas, conhecido que era como um dos melhores causídicos. Não que considerasse o lugar de morada pouco agradável. Longe disso, mas o ar puro da serra, o esmagador domínio do verde, o viço indescritível da punjante flora, tudo era motivo para aquisição de energia, de revigoramento do espírito. Certamente por mera maldade, dizia-se até que o Dr. ‘Manelaugusto’ ansiava por esse período, quando, longe das contendas jurídicas, esquecidos os débitos, adquiria maior vigor sexual. O fato é que voltava toda família numa esfuziante alegria, que ia definhando, lentamente, no correr dos meses, até que novas férias viessem.
A manhã seguinte era uma dessas manhãs frescas de julho. O velho casarão se deixa ver agora, banhado pelo sol de ouro que desenhava, no espaço, fachos tremulantes de luz. Filetes de luz escoavam por dentre as copas orvalhadas das seculares árvores, que, suavemente, emolduravam o pomar.
Face ao primitivismo da cidade, para completar o encanto de tão bucólica manhã, dançavam no ar vaporosas gotículas que emprestavam certo ar de misterioso fog londrino, impedindo que as coisas fossem vistas nas suas plenitudes, em virtude da grumosa atmosfera.
Somava-se a isso inusitado silêncio. É que ficaram no casarão apenas os dois irmãos, Tadeu e Gamaliel. Ficara também Teresa de Jesus, esbelta preta, de largas ancas, sorriso puro e branco como um chumaço de algodão, na beleza estonteante de seus dezoito anos. Senhora de uma macropigia  graciosa e elegante, balouçava sensual, nas passadas despretensiosas da menina mulher. Ficara, segundo ordens maternas, para providenciar o sustento dos dois queridos rebentos que tomavam aulas particulares na tentativa de diminuir a ignorância demonstrada nas notas finais. Deixara-os a mãe com o coração partido.
Apesar do esplendor daquela manhã, Gamaliel acordara com o coração angustiado. Faziam-lhe falta as reclamações constantes da mãe, as refregas relâmpago com os irmãos, dissolvidas sempre com a terrível advertência materna: – Deixa seu pai chegar!
 Nem o brilho da manhã o estimulava a debruçar-se sobre os livros. Olhava indiferente para o pomar, quando percebeu, de soslaio, a passagem fugidia de Maria Teresa para o velho porão.
Aguçou-lhe a curiosidade! O que levaria aquela serviçal da casa a entrar no lugar menos usado da residência?
Desceu célere a escadaria que desaguava ao lado da porta do porão. Entreabriu-a cuidadosamente, evitando o rangido que as cansadas e enferrujadas dobradiças certamente fariam. E a escuridão desfeita parcialmente, de espaço a espaço, pelas entradas de ar e de luz, mal permitia ver, num canto de grossas e pesadas paredes cobertas de mofo, o perfil desnudo de Maria Teresa, displicentemente desfazendo o penteado, numa pose que parecia ter sido roubada de Renoir, quando criou o seu Banhista Ajeitando o Cabelo.
É preciso esclarecer que Gamalielzinho fora iniciado no mundo das artes ainda muito criança, de modo que tinha a mania, considerada esnobe pelos amigos, de o que visse de belo comparar com obras de famosos impressionistas. Assim, não é de se admirar que a nudez de Maria Teresa o tivesse levado a uma discussão do aspecto puramente estético, trazendo-lhe à mente um sem número de famosos pintores clássicos.
Seria de Rubens, de Degas, de Delacroix ou de Cézanne que fora roubada aquela visão?
Lembrou-se do famoso quadro Toilet de Venus. Não, decididamente não! Maria Teresa não era opulenta como a Vênus do famoso Rubens nem branca. Muito pelo contrário, sua cor era mais atraente, porque o negro lhe evocava mistério, a vontade imensa de descobrir o desconhecido, mergulhar nele de olhos fechados e deixar que a escuridão transmitisse, por osmose, todos os seus segredos, os seus mistérios...
De repente, sem saber por que, uma gigantesca onda de voluptuosa concupiscência assomou-lhe o espírito, acelerando-lhe o ritmo cardíaco, aquecendo-lhe a alma toda, impulsionando-o em direção àquele maravilhoso quadro. Percebendo a intromissão, Maria Teresa correu como uma gazela assustada, diante da iminência de ataque de maldoso caçador.
Teriam decorridos minutos, horas, séculos? A verdade é que uma corrida desesperada pelo vasto porão travou-se. Percebeu, agora, Gamalielzinho que Maria Teresa, propositadamente, ora se deixava quase pegar ora se afastava lépida, com uma agilidade ferina, escondendo-se em desabalada carreira nos inúmeros cubículos que o porão possuía.
Pobre Gamaliel! Via dois rijos seios, agredindo a lei da gravidade, apontando insolentes para os céus dois negros mamilos emoldurados por larga auréola de plúmbea cor, largas ancas alternando-se em movimentos rítmicos na sensual corrida e... não poder senti-los junto a seu corpo de adolescente imberbe!
Num esforço supremo que só aos moribundos é dado mostrar no instante último da vida, Gamalielzinho vence a corrida e... finalmente exaustos, os poros excitados, deixaram-se abraçar como nunca tinha Gamaliel abraçado, juntando-se tanto um ao outro que já não eram mais dois, pois que se imiscuíram numa autofagia de doce encanto.
No andar superior, o irmão mais velho, ou porque quisesse mostrar falsa cultura ou porque fosse naturalmente fidalgo, ouvia, numa velha e bolorenta eletrola, uma rapsódia de Paganini. A impureza do som, extraído do cansado disco de cera cheirando a bafio e de combalidas caixas acústicas, o bater cadenciados dos címbalos, o explodir metálico dos pratos e o som estridente dos trompetes e cornetas serviram de marca-passo à cavalgada amorosa de Gamaliel e Maria Teresa.
Os corpos ora flutuavam harmonicamente, como se fossem regidos por invisível maestro, ora passavam a um ritmo tão ativo e rápido, qual o som do piano que agora se sobressaía, ímpar, na grandiloquência de sua beleza musical.
Vezes outras, o tom nasalado dos oboés fazia coro aos gemidos abafados de sua deusa de ébano. É verdade que ele não a queria ver como deusa. Humilde por natureza, Gamaliel achava que a um simples mortal como ele, quando muito, poder-se-ia permitir um relacionamento com uma princesa. Sim, era, sem dúvidas, a dona de tão divinamente esculpido corpo uma princesa africana que viera num desses famigerados navios negreiros.
Talvez o cansaço, talvez mesmo a inebriante sensação de pós-amor fossem responsáveis por sentimentos tão contraditórios que agora lhe açulavam a mente. De um lado, tinha figadal ódio aos que criaram os tais navios; por outro lado, agradecia a Deus, compungido (com os lábios ainda trêmulos de tanto terem sofregamente beijado), o rapto daqueles negros sem o qual não estaria ele vivendo aquele momento.
 Enfim, terminada a sôfrega peleja, cessada a eletrizante coreografia daquele idílico amor, arfantes ainda os desnudos e suarentos corpos expostos, num torpor decorrente do natural esforço e do próprio ambiente de vetustas paredes, tendo como travesseiro os macios pelos de sua princesa, Gamaliel adormeceu num desejo de um sono contínuo, perpetuado até as férias vindouras.

Sociedade Brasileira de Médicos Escritores
Prescrições – Fortaleza: SOBRAMES Regional do Ceará 1994

P.S: APODO = zombaria, mofa, motejo (Novo Dicionário Aurélio);

APODO = 1  dito irônico ou espirituoso; gracejo, chalaça
2  comparação jocosa ou ultrajante
3  denominação picaresca e, por vezes, afrontosa, atribuída a alguém em razão, p.ex., de alguma característica sua, física ou moral; alcunha, apodadura (Dicionário Houaiss)

REUNIÃO ORDINÁRIA DA SOBRAMES-CE 11/01/2016


Aconteceu ontem, dia 11/01/2016, mais uma reunião ordinária da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Sobrames-CE

PAUTA DA REUNIÃO ORDINÁRIA – 11/01/2016
   
1 - Abertura da sessão

2 - Discussões da ata enviada por e-mail (anexo)

3 - Faltas justificadas   Alana Maia - Evento na Cooped , Josemar Argollo - em viagem,  Natanael Charles – em viagem


4 - Comunicações:
    Valor da anuidade 2016
    Associados inadimplentes há três anos
    Processo eleitoral em março 2016
    Antologia 2015 – Livros ainda não pagos pelos autores / Livros ainda não recebidos
    Sugestão palestrante 6º Semeando Cultura
    Sugestão do dia 01/02/2016 para reunião, pois dia 08/02/2016, 2º segunda-feira é carnaval.

5 - Aniversariantes do mês
    04 - Francisco Sérgio Rangel  Pessoa
    05 - Francisco José Costa  Eleutério
    07 - Francisco  Saraiva da Silva Júnior
    17 - Paulo Alexandre Negreiros de Andrade
    20 - Sebastião Diógenes
    24 - João Luiz de Alencar Araripe Falcão
 
6 - Palavra facultada

7 - Leitura de textos

8 - Sorteio livros


segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

POR: ANA MARGARIDA ROSEMBERG - O LOUVRE DE PARIS E SUAS FILIAIS

LOUVRE-ABU DHABI

LOUVRE-LENS
LOUVRE-PARIS


O LOUVRE DE PARIS E SUAS FILIAIS 

                                                    Ana Margarida Arruda Rosemberg

                                                   Publicado no Jornal do Médico, edição 68/2015, pag 7.

O museu do Louvre em Paris, antigo palácio dos reis da França, é uma imensa estrutura em forma da letra “U” e está dividido em três alas: A ala Sully, a leste, que abriga a “Cour Carrée” e a parte mais antiga do palácio; a Ala Richelieu, ao norte, que faz fronteira com a Rue de Rivoli e a Ala Denon, ao sul, que faz fronteira com o Rio Sena.
Em 1988, foi inaugurada a famosa pirâmide de vidro que dá acesso ao museu.  Localizada no pátio central, a referida pirâmide foi uma proposta do presidente François Mitterrand e teve a finalidade de expandir o Louvre. O projeto, que tornou a pirâmide de vidro uma realidade, foi do arquiteto chinês I. M. Pei.
O acervo do Louvre é composto por mais de 380 mil obras de arte. São 35 mil em exibição permanente e distribuídas em oito departamentos, cujas coleções são identificadas por uma cor e todas as salas são numeradas. As coleções do Louvre são: Antiguidades orientais, Antiguidades egípcias, Antiguidades greco-romanas e etruscas, Oriente Mediterrâneo no Império Romano, Arte islâmica, Objetos de arte, Artes gráficas, Esculturas, Pinturas, História do Louvre, Artes da África, Ásia, Oceania e das Américas e Louvre Medieval.
A primeira filial do Louvre (Louvre-Lens) foi inaugurada, em dezembro de 2012, no norte da França (Nord-Pas-de-Calais) na cidade de Lens. O museu de vidro e luz custou mais de 150 milhões de euros e sua arquitetura, obra dos arquitetos japoneses Ryue Nishizawa e Kazuyo Sejima, tem design contemporâneo. É uma arquitetura de abstração. A estrutura de alumínio do museu, com suas paredes totalmente de vidro, absorve o céu do norte da França fazendo com que o museu se torne quase invisível e desapareça no horizonte misturado às nuvens. Este ar de etéreo do Louvre-Lens é uma âncora para seis mil anos de arte.
O museu está situado em um espaço de 200 hectares de uma antiga mina e fica próximo à estação de trem da cidade de Lens, que conta com o expresso TGV. A viagem Paris-Lens leva pouco mais de 1 hora. O imenso parque do museu está em completa sintonia com os 120 metros de comprimento da galeria do tempo (Galerie du temps), onde 250 obras do Louvre são apresentadas em ordem cronológica. Na galeria, as obras de arte explodem, sem fronteiras, ao olhar dos visitantes. Além do clássico quadro de Delacroix “A Liberdade Guiando o Povo”, os visitantes podem apreciar obras primas como: “ A Virgem e o Menino de Sant’Anna” (1513), de Leonardo Da Vinci, “Retrato de Baltasar Castiglione” (1515), de Rafael, e “Retrato de Monsieur Bertin” (1832), de Igres.
As Obras estão expostas em três períodos que vão desde o nascimento da escrita, 3.500 a.C., até meados do século XIX.  São 70 obras da Antiguidade, 45 da Idade Média e 90 da modernidade.  Todas as civilizações estão contempladas. A segunda filial do Louvre será em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Sua inauguração estava prevista para 2012-2013, mas foi adiada para 2016. O Louvre-Abu Dhabi, projeto do arquiteto francês Jean Nouvel, fará parte de um gigantesco bairro cultural na ilha de Saadivat junto a outros três museus e um centro de entretenimentos. Obras de arte de artista como: Leonardo Da Vinci, Van Gogh, Claude Monet, Henri Matisse e Andy Washol estarão entre as 300 peças para a inauguração do museu. Entre as obras que farão a viagem da França ao Golfo Pérsico estão: "La Belle Ferronnière", de Leonardo da Vinci, e uma estátua colossal do rei Ramsés II.
                                                       Fortaleza, 23/11/2015

                                            

domingo, 3 de janeiro de 2016

POR: FRANCISCO PESSOA - ANO NOVO NO SERTÃO



Dr. Francisco Pessoa - Médico e Membro da Sobrames-CE
ANO NOVO NO SERTÃO

EM DOIS MIL E DEZESSEIS
FAÇAMOS MAIS UMA PRECE
PRA VER SE DEUS NÃO SE ESQUECE
DE MANDAR CHUVA OUTRA VEZ
O MUGIR DA NOSSA RÊS
JÁ DEIXOU DE SER CANORO
TODA VEZ QUE OUÇO EU CHORO
EU QUERO É OUVIR O CARÃO
ACAUÃ, NÃO QUERO NÃO
MAIS UMA PRECE, EU IMPLORO!

Obs: Carão pássaro bom agouro; Acauã ave de mau agouro
  
PESSOA -  01/01/2016