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quarta-feira, 13 de julho de 2016

POR: SEBATIÃO DIÓGENES - O bom humor do professor



                    
Dr. Sebatião Diógenes - Médico e Tesoureiro da Sobrames-CE
                                              O bom humor do professor

            Encontrei a dra. Teresa Gonçalves na Praça das Flores, que a minha nora valenciana gosta de chamá-la “Plaza de los Gatos”. Em verdade trata-se do Bosque Eudoro Correia, nome de pia, agora denominado Praça dr. Carlos Alberto Studart pelo poder patrocinador da reforma. Contudo, continua sendo o hábitat dos felinos abandonados, costume que não macula o aprazível logradouro.
            - Como está o professor? – perguntei à filha.
            - Está indo... – respondeu a colega, completando a informação com os movimentos de pronação e supinação do antebraço, que exprime por gestos o “mais ou menos” na linguagem das mãos. – Por coincidência, hoje ele está completando 95 anos.
            Enviei-lhe minhas felicitações pelo aniversário natalício e continuamos a caminhada, ela no sentido trigonométrico da praça. A imagem do notável professor Geraldo Gonçalves não me abandonou a cabeça. Enquanto caminhava, transportei-me mentalmente ao tempo de estudante da faculdade de medicina, início da década de 1970, quando veio à memória um causo engraçado.
            Estávamos em aula prática no ambulatório de reumatologia do Hospital Universitário, quando, inesperadamente, um colega atarantado chegou e se dirigiu ao mestre que examinava meticulosamente as articulações do paciente.
            - Professor, o senhor sabe onde está o Gato?
            - Não sei de gato, não! Eu não sou gato, portanto, não tenho filho gato! – falou em um forçado tom severo, via-se logo, figurando rancor na fala.
            O colega atarantado foi tomado de grande surpresa com a reação do pai do Gato. Pediu desculpas, e muito vexado, saiu da sala imediatamente. Logo em seguida, o prof. Gonçalves, que se fazia de carrancudo, não se conteve e abriu um largo sorriso. O bom humor era-lhe uma das virtudes.
            Ainda hoje, os colegas de turma recorrem ao famoso epíteto para melhor identificar o dr. José Eduardo Gonçalves, que tinha, para sua glória, uma continuada tosse de cachorro.
Tanta saudade, e lá se vão 46 anos!
Sebastião Diógenes
08 de julho de 2016, 19h.

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