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domingo, 24 de março de 2013

POR: ANTERO COELHO NETO - AME E MUDE SEUS ESTILOS DE VIDA

Dr. Antero Coelho  Neto - Médico e Membro da SOBRAMES-CE
AME  E MUDE SEUS ESTILOS DE VIDA

Publicado no Jornal O Povo, em 20 de março de 2013.
 
Costumo dizer, para os meus amigos, que continuo vivo por que fui para a Organização Mundial da Saúde/OPS, em 1985, e passei a estudar e valorizar os estilos de vida da população e minha, obviamente. Quando regressei para o Brasil, em 1994, e falava da importância desses condicionantes para a  nossa qualidade de vida e longevidade, um amigo chegou a dizer: “o Antero voltou meio maluco”. 
Felizmente o nosso país mudou, e como vários outros do mundo desenvolvido, que dão valor aos bons estilos de vida como um dos fundamentais elementos da promoção da saúde e assim ter melhor qualidade de vida e maior longevidade, passou a comunicar e praticar seus ensinamentos. Hoje, em quase todas as revistas, jornais, programas de Rádio e TV e na ampla rede de comunicação pela Internet, a nossa qualidade e quantidade de vida é assunto freqüente. E lá estão os bons estilos de vida em destaque. Claro que estamos ainda começando, mas as perspectivas são animadoras.
Na minha própria comunicação com muitos amigos (Rede na Internet), leitores  deste Jornal, de meus livros e participantes ou ouvintes de nosso “Programa Novas Idades”, transmitido todos os sábados (11:00 às 12:00 hs.), pela Rádio Universitária-FM, recebo importantes e frequentes perguntas e comunicações originais sobre o assunto. Uma das perguntas é : quais são os estilos de vida mais indicados ?
Costumo enfatizá-los com a denominação de “Mandamentos da Vida”. Eles são, para mim, de uma maneira sumária, divididos em 3 grupos:
a) O que devemos FAZER: 1. ter uma alimentação saudável; 2. realizar atividade física constante; 3. dormir um mínimo de 6 á 7 horas diárias; 4. manter um peso saudável; 5. realizar atividades de lazer, satisfação e prazer; 6. planejar a vida do ano, principalmente após 60 anos; 7. realizar medidas preventivas de saúde; 8. trabalhar sempre com jornadas suaves; 9. Buscar o desenvolvimento pessoal; 10. desenvolver a espiritualidade; 11. viver em um ambiente saudável; 12. desenvolver uma educação que nos dê satisfação.
b) O que devemos EVITAR: 13. o estresse; 14. fazer sexo sem amor e com parceiros de risco; 15. o álcool; 16. medicamentos desnecessários e tecnologias inadequadas; 17. internações hospitalares desnecessárias; 18. os riscos físicos, químicos e biológicos.      
c) O que NÃO devemos fazer: 19. fumar; 20. usar drogas.
E aí, caro leitor, quantos mandamentos dos 20,  você pratica? Muitos? Vamos melhorar mais ainda? Ou são poucos? Muito poucos e deficientemente cumpridos?
Aí sim, caro leitor,  é preciso Mudar!    Não vai ser fácil, sabemos todos, mas é preciso.
Costumo aconselhar sempre, lembrando aquele provérbio chinês, que diz “ Para Mudar é preciso um Grande Amor, ou uma Grande Dor”. Pense neles e pratique seu Grande Amor. Dor ainda não estamos sentindo, mas caso presente, para evitá-la, devemos também mudar nossos maus estilos de vida.
Por amor à Deus, esposa, filhos, dependentes, amigos e também pelo Brasil, vamos Mudar de hábitos e costumes de nossa vida.
E, lembre-se, nunca é tarde para isto. Pesquisas têm demonstrado que, iniciados em qualquer tempo da vida, os bons estilos de vida podem nos ajudar. Claro que em menor intensidade. Daí o conselho que damos freqüentemente: pratique bons estilos de vida, desde o dia do nascimento. E então fica maior essa responsabilidade para os pais, pratique bons estilos de vida e ensine aos seus filhos e netos
E então eles vão chegar aos 120 anos que já têm direito.
O futuro, tenho certeza, vai dizer que Sim.


Antero Coelho Neto
Médico e Professor

sábado, 23 de março de 2013

POR: VICENTE ALENCAR - É PRECISO PAGAR

 Vicente Alencar - Jornalista e Membro da SOBRAMES-CE
É PRECISO PAGAR


Alguns noticiários fizeram um verdadeiro escarcéu nestes últimos dias, mostrando a falta de professores, na realidade do Ensino Brasileiro, atualmente. É fato que não poderia causar nenhuma surpresa, a nenhum dirigente escolar, a nenhum representante político - vereador, deputado estadual, deputado federal, senador, prefeito, governador -, seja de que esfera for, seja de que agremiação partidária pertença, inclusive, aquelas bem mais mentirosas que outras, que dão a nítida impressão de que ajudam a quem trabalha, porém, na realidade, são perseguidores de quem ganha o pão do dia a dia, honestamente.

Durante toda a minha longa vida de Imprensa, sempre pude acompanhar mentirosos, cafajestes, que se envolvem junto à população mais pobre, no triste intuito de enganá-la e retirar dela a única coisa que poderia ajudá-la: o voto. Até este, mesmo, é roubado, surrupiado, comprado e utilizado como elemento de meio de ligação entre a pobreza e o Poder. O voto do pobre ajuda ao rico, mas, não há nenhuma reciprocidade no ato.

Dito isto quero chegar a um ponto importante, para o ontem, para o hoje e para o amanhã.

A remuneração do professor, praticamente, não existe. Uma das profissões mais desprezadas no Brasil é a de Professor, embora paradoxalmente, uma das mais mais importantes, senão a maior de
todas.

O que percebe uma professora do antigo Jardim da Infância, hoje Maternal, do antigo Curso Primário, hoje Ensino Fundamental e Médio, envolvendo o antigo Curso Ginasial, é uma aberração. Para 40 horas-aula por semana se paga bem menos que dois mil reais, o que é muito grave e triste. Muitas percebem um salário mínimo e, até menos que isso, para repassar a luz do saber a quem está começando a viver.

Que dizer de um país que está entre os 165 analisados no mundo,
numa posição de 69º? Não tem  muita coisa a discutir.

O que desejo afirmar, repetindo aqui, estas informações sujas e mal cheirosas, no tocante ao ensino mal pago e mal compreendido?

Apenas uma observação: os professores vão desaparecer, mesmo, em grande escala e, ficarão apenas alguns, poucos. E não está longe o dia em que isso vai ocorrer.

A culpa de quem é?

Analisando-se, apenas, por cima do problema,  sem querer aprofundar, encontramos uma resposta rápida: a má remuneração!
Ninguém vive de brisa ou de promessa.

É preciso pagar para se conseguir um (a) bom (boa) professor (a). Conheço dezenas de pessoas, para não dizer centenas, que poderiam comandar uma Sala de Aula, nas mais diversas disciplinas,
e muito bem, com gabarito. Inclusive, colegas com quem me graduei, na área de ensino. De minha turma de Licenciatura, hoje, ninguém mais está no "batente". Os poucos que resistiram, após uma alavancada de todos pelo ensino, e que foram deixando pouco a pouco, já se aposentaram.

Os péssimos salários pagos pelas escolas particulares e aquelas do Governo, seja em que nível for, não impressionam. São salários que chegando-se ao somatório final, são menores que aqueles de profissões outras,  como pedreiro, motorista e marceneiros instaladores, torneiros mecânicos, eletricistas, borracheiros e muitas outras.

E o lucro das E$colas é terrivelmente enorme. Duas crianças, três, nem chegando a quatro, pagam por mês acima de R$ 600 reais, pagando os ordenados de um professor de primeiro e segundo grau.

Agora, todos nós perguntamos: como querem professores em sala de aula, se nenhum deles é bem remunerado?

E não é preciso cobrar mais do que cobram atualmente, prejudicando os pais. É necessário, apenas, que os comerciantes do ensino baixem, um pouco, seus lucros e invistam no Ensino como instrumento de Honra e de Saber.

Ou, será que vão querer continuar como o que foi registrado nas últimas provas do ENEM, que o povo, sabiamente, chama de EU NÃO ESTUDO MAIS!

Frases pobres, sem criatividade, erradas, uma nojeira.

Minhas Senhoras, Meus senhores, comerciantes do Ensino e Senhores Políticos, professores existem, porém, eles para trabalhar
também, comem, vestem, pagam contas de água, luz, telefone, também despesas com consultas médicas, precisam ir a um cinema, um teatro, fazer uma pequena viagem. Mas,  não podem, não tem dinheiro para isso.

Pensem nisso e, por favor, paguem. É PRECISO PAGAR aos professores, um pouco mais!

VIcente Alencar
Jornalista e Radialista 
21 de março de 2013.

sexta-feira, 22 de março de 2013

POR: MARCELO GURGEL - LATINISTA GAGO



Dr. Marcelo Gurgel - Médico e Membro da SOBRAMES-CE
LATINISTA GAGO
 Publicado In: SOBRAMES – CEARÁ. Receitas literárias. Fortaleza: Sobrames-CE/Expressão, 2010. 240p. p.181-2. 

Uma universidade cearense precisava contratar um professor substituto de latim. Dois processos seletivos públicos foram realizados, e apesar dos vários candidatos inscritos, as bancas examinadoras reprovaram todos quantos haviam se candidatado, em ambos certames, considerando sofrível o seu desempenho.

Isso obrigou a realização de uma rara terceira seleção para o mesmo setor de estudos. Essa dificuldade é inteiramente explicável, já que a língua da Roma Antiga, da qual derivou, entre outras, a portuguesa, não é lecionada no ensino médio, subsistindo, tão somente, com modesta carga horária, em cursos de Letras e nos seminários católicos, resultando em raríssimos professores e religiosos que sabem latim.

Ciente dessa limitação, fiquei contente ao constar na “home page” da universidade, finalmente, a aprovação de um lente no terceiro concurso. Ao encontrar, o colega presidente da banca, um bravo latinista batavo, felicitei-o pela entrada de um novo docente:

– Parabéns, professor! Até que enfim, conseguimos um docente substituto de latim.

– Não creio que mereçamos parabéns – ele respondeu.

– Mas por quê? Não era uma necessidade imperiosa absorver um outro docente? – indaguei de pronto.

– Sim, naturalmente que sim. Tanto que fizemos, por três vezes, a dita seleção – retrucou ele – acrescentando: precisamos urgente de reposição docente.

– E qual é a razão da sua insatisfação? O ingresso dele não vai possibilitar que o senhor disponha de mais tempo para dedicar-se ao Mestrado em Filosofia?

– Em parte, sim, obviamente – contestou o meu interlocutor.

– Então, por que essa espécie de frustração? Conte-me, por favor, o que houve.

– Bem! Tal como das vezes anteriores, tivemos muitos concorrentes; mas, diferentemente das precedentes, quando todos participantes foram reprovados na prova escrita, nesta última um candidato passou na escrita e foi habilitado para a prova prática.

– Menos mal, dessa vez! Pelo menos um chegou à segunda fase e foi aprovado nela – falei com ar triunfante.

– Não sei, sinceramente, se ele mereceu a aprovação. Fui voto vencido, prevalecendo a posição dos dois companheiros da banca, já exaustos de tanta seleção e sensibilizados pelo imperativo do afastamento de meu auxiliar, que está cumprindo pós-doutorado no exterior, o que ensejou a abertura dessa vaga de substituto.

– Mas, professor, qual é mesmo o problema dele, para não merecer a sua aceitação? Ou em latim: ter o seu “nihil obstat”?

– Bem! É que ele é GAGO.

Fiquei imaginando, cá com os meus botões, como seria uma gaguejante aula de latim, do mestre atrapalhado com o nominativo e o genitivo de “rosa-rosae”, o exemplo mais elementar da 1ª declinação: Ro...ro...ro...ro-sa...sa...sa...;  Ro...ro...ro...ro-sae...sae...sae...; etc.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva


Sobramista/CE e membro da ACM


quarta-feira, 20 de março de 2013

POR AIRTON FERRO MARINHO - MULHER



Dr. Airton Ferro Marinho - Médico e Membro da SOBRAMES-CE

                          

MULHER


No teu corpo feminino,             

Nas tuas curvas de mulher,

Guardas algo tão divino:

Só não sabe quem não quer!



Amor, afeto e carinho

Buscamos numa mulher,

No nosso longo caminho; 
Não me negue se puder!

POR ANA MARGARIDA - A PROPÓSITO DO 8 DE MARÇO



Dra. Ana Margarida Rosemberg - Médica e Secretária da SOBRAMES-CE


                           A PROPÓSITO DO 8 DE MARÇO


Em 2007, Ségolène Royal, candidata à presidência da república da França, expressou o desejo de que os restos mortais de Olympe de Gouges (1748-1793) fossem removidos para o Panteão de Paris. 

Entretanto, seria um enterro simbólico, pois  Gouges,  guilhotinada em Paris, em 3 de novembro de 1798, durante a Revolução Francesa, foi enterrada em vala comum. 

 Revolucionária, historiadora, jornalista, escritora e autora de peças de teatro, Gourges foi defensora dos direitos das mulheres e da abolição dos escravos negros. 

Em setembro de 1791, quando escreveu a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã (Déclaration des Droits de la femme et de la citoyenne) desafiou a injustiça contra as mulheres, expressada na célebre Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.  

Gouges deixou numerosos escritos em favor dos direitos civis e políticos das mulheres, como o direito ao divórcio e às relações sexuais fora do casamento. 

Lutou, também, pela abolição dos escravos negros. Em 1774, escreveu uma peça de teatro anti-escravagista L'Esclavage des Nègres

Pelo fato de ter sido escrito por uma mulher, tal obra somente foi publicada em 1789, no início da Revolução Francesa.  

No dia 6 de março de 2004, Olympe de Gouges foi imortalizada em uma praça de Paris denominada “Place Olympe-de-Gouges”. 

Inaugurada pelo então prefeito da região, Pierre Aidenbaum, e pela então vice-prefeita de Paris, Anne Hidalgo, a referida praça situa-se no 3º arrondissement no encontro das ruas: Béranger, Franche-Comté, Charlot e Turenne. 

Bela homenagem à Olympe de Gouges, pseudônimo de Marie  Gouze, considerada uma das feministas pioneiras da história. 

Após Gouges, muitas outras feministas lutaram pela emancipação das mulheres. No Brasil, Nísia Floresta (1810-1885) é considerada a pioneira.  Nísia dirigiu um colégio para moças no Rio de Janeiro e escreveu livros em defesa dos direitos das mulheres, dos índios e dos escravos. 

Bertha Lutz (1894-1976) foi fundadora, em 1922, da FBPF (Federação Brasileira pelo Progresso Feminino) e lutou, ao lado de outras feministas, pelo direito de voto para as mulheres.  

Em 1934, finalmente, as mulheres do Brasil conquistaram o referido  direito. Na França, Simone de Beauvoir ( 1908 – 1986), uma das mais importantes feministas do século XX,  autora da célebre frase: “Não se nasce mulher, torna-se” escreveu o livro “O Segundo Sexo”. 

Segundo Beauvoir, a mulher não tem um destino biológico, ela é moldada dentro de uma cultura que determina o seu papel na sociedade. 

Nos EUA, Betty Friedan (1921-2006) importante feminista do século XX, escreveu, em 1963, “A Mística Feminina”, um best-seller que fomentou a segunda onda do movimento feminista. 

Friedan foi co-fundadora da Organização Nacional das Mulheres nos EUA. Em nosso meio, Maria Luiza Fontenele, Rosa da Fonseca e Célia Zanetti fundaram, em 1979, a União das Mulheres Cearenses, para lutar  pela emancipação das mulheres.  

Hoje, 8 de março de 2013, dia Internacional da Mulher, o movimento feminista contabiliza, no mundo inteiro, importantes vitórias na luta pela libertação das mulheres sufocadas pela opressão machista e pelos sistemas sociais retrógrados.


Ana Margarida Furtado Arruda Rosemberg

Fortaleza, 8 de março de 2013.